A Visita da Ilustre de uma Cigarra

Ontem, depois da forte chuva, recebemos a visita de uma ilustre cigarra. Sem cantar ou chamar a atenção, ela ficou no quintal, paradinha na grade do ar-condicionado. Isso poderia ser algo banal, porém, só meu chamou a atenção pela sincronicidade, já tínhamos conversado sobre cigarras na hora do almoço. Tal sincronicidade me levou a refletir sobre o assunto.
Hoje, antes de escrever este ensaio, ela não estava mais lá. Espero ter seguido seu caminho e agradeço à visita inexperada e também a contribuição para tal reflexão intelectual, apesar de não sermos privilegiados com seu belo canto, ao entardecer.

Nunca tinha visto uma cigarra tão proximamente. Pude observar seus detalhes físicos, sua couraça de quitina, suas asas vazadas, seus olhos protuberantes e corpo alongado, como pode ser observado na foto acima.

Insetos, para algumas pessoas, causam nojo ou mal-impressão. Isso geralmente ocorre em razão porque sua estrutura corporal é externa, ao contrário dos animais, onde a estrutura de sustentação geralmente é interna. Porém, se você começar a observar, temos vários veículos atualmente construídos dentro desta ideia, especialmente aqueles voltados para uso espacial.

Isso deve nos fazer refletir sobre como a Natureza é perfeita. Em milhares de anos de evolução, trouxe espécimes únicas e que, aos poucos, sua estruturação serve de inspiração às construções e invenções humanas. 

Cabendo aqui a reflexão de que, assim como nos veículos humanos, não é a estrutura externa o centro ordenador dessa vida, mas a consciência que está "inside", no interior daquele veículo de transporte.

Uma segunda reflexão, talvez até mais importante que a primeira, está observação sobre como aquela Cigarra tem tanto direito à vida e à sua sobrevivência na Biosfera, quanto qualquer ser humano. Se ela é uma forma de vida, qual o sentido de um tratamento diferente nesse sentido.

Como não se trata de uma análise utilitarista, mas sim, filosófica, sua presença cabe à nós, seres reflexivos, a cognição e o correto entendimento sobre nossos deveres perante todos os demais seres vivos neste planeta. 

Tal responsabilidade é sobre os limites de nossa expansão e os deveres de mitigar os impactos de tudo o que já excedemos, em termos de invasão dos ambientes deste planeta. Cigarras representam miticamente transição e renovação. Sua ilustre presença em sincronicidade aqui na nossa Bioholos, é o sinal interessante a atestar que estamos no kaminho certo.

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