Curva Potencial de Produção x Capacidade de Suporte do Meio

Aqui ocorre o grande encontro entre Economia e Ecologia. Como a curva potencial de produção (CPP) reflete o máximo de eficiência que a técnica permite chegar em determinado processo, a capacidade de suporte do meio (CSM) será seu balizador natural limitativo, tendo em vista a manutenção das condições do ambiente perante aquela intervenção humana.

Há que se ter noção clara de que o ser humano não pode aumentar ilimitadamente a curva potencial de produção, uma vez que isso ocasionaria a destruição do ambiente e, consequentemente, a afetação das possibilidades de vida no planeta. Não é possível ao planeta suportar globalmente um padrão de vida norteamericano, por exemplo.

Estimativas atuais dizem que em meados de agosto de cada ano esse equilíbrio global entre a CPP e a CSM é rompido. Logo, todo ano são consumidos 04 meses de recursos naturais, essenciais para a manutenção do equilíbrio da vida no planeta.

Como não há como repor essas condições imanentes, os danos são permanentes e são expressos nas consequentes fenômenos informados do câmbio climático global em curso.

A saída, em termos gerais, apresenta três possibilidades:

a) Reduzir a curva potencial de produção atualmente no mundo, para se adequar à capacidade de suporte da Terra. Isso é uma coisa difícil de se fazer, uma vez que o crescimento da produção é empurrado pela demanda dos países pobres e em desenvolvimento, a favor da geração de riquezas, com fins a atender às necessidades crescentes das suas populações.

b) Desenvolver novas tecnologias capazes de mitigar esse avanço da CPP sobre o CSM, com a missão de estabilizar os impactos nos níveis atuais e assim, reduzir os efeitos do câmbio climático no longo prazo. Essa seria a saída racional, a qual defendemos e que buscamos incentivar o caminho.

c) Deixar as coisas correrem como estão até que o planeta faça, por si mesmo, os ajustes necessários em sua fisiologia planetária, independente dos efeitos dessas drásticas mudanças na vida no planeta. Essa é a saída disruptiva, cujo custo será pago com a extinção de grande parte da vida terrestre, inclusive de parte da civilização humana, a partir de um omissão que tem suas consequências já precificadas no tempo.

Por isso, é importante a soma de esforços em prol da sustentabilidade, isto é, do respeito à capacidade de suporte do meio planetário, com a busca de posturas pró-ativas e tecnológicas nesse sentido.